Paulinho de Odé
A homofobia está presente em todos os recantos deste país, nos lares, na rua, nas escolas... Aqui em Canoas não é diferente. Contudo, através de um trabalho intenso iniciado anos atrás, estamos agora colhendo os frutos de uma conscientização crescente. A coisa já foi muito pior e sem qualquer ajuda do poder público, sem políticas quedefendessem a comunidade LGBT da região.Uma das iniciativas da Coordena doria de Políticas de Diversidade de Canoas em prol da conscientização quanto à homofobia é a Parada Livre, da qual já tivemos três edições. Este evento é consequência de uma série de atividades que tem por objetivo lutar contra qualquer tipo de preconceito e violência na nossa cidade. Seu sucesso crescente acada ano nos motiva a realizar muito mais atividades e eventos que lutem contra a homofobia e ajudem a diminuir os assassinatos no nosso país, tendo em vista que o Brasil é o que tem o maior número d ehomicídios a pessoas LGBT no mundo. A Parada é, na verdade, uma forma alegre de celebrar a diversidade e a consciência da necessidade de combater a homofobia.
Todas as lutas históricas dos movimentos sociais se deram através da organização e da reivindicação. E nós, que fomos forjados nos movimentos sociais entendemos que a política pública só acontece com força quando se tem trabalho compartilhado de gestão e movimento. Por isso, é importante que cada vez mais as ONGs em Canoas, e no Estado, se organizem, se fortaleçam, para que as demandas dos movimentos sejam contempladas. Mas nós precisamos potencializar mais as ONGs na cidade e no Estado. O nosso lema é discutir o que nos une, não o que nos separa.
Aqui em Canoas, nossas atividades pró-LGBT e pró-liberdade religiosa são uma demonstração da importância destas ações para o bem comum e a cidadania plena de setores que padecem sob muito preconceito.
Tudo isso mostra que estamos agindo corretamente na luta pelo direito à diversidade e no combate à homofobia. Os promotores de violência homofóbica precisam ir para trás das grades, assim como já ocorre no caso da Lei Maria da Penha. Homofobia é um crime e não há outra definição para ela! Mesmo que de forma muitas vezes velada, a discriminação contra o homossexual ainda é forte, e é rotineira em determinados segmentos da sociedade.
Ainda dentro das iniciativas neste sentido, em 21 de junho de 2011, realizamos em Canoas o I Fórum Estadual de Combate à Homofobia (Educação,Direitos Humanos e Homolesbofobia). A tônica do fórum foi um amplo debate sobre a violência física à população GLBT e as relações desse fenômeno com a afirmação da democracia. Esta foi uma parceria bem sucedida da Coordenadoria de Políticas de Diversidade com a Liga dos Direitos Humanos, da Faculdade de Educação da UFRGS. Neste ano de 2012 realizaremos o II Fórum Estadual de Combate à Homofobia, em junho.
Além de continuar fomentando uma melhor definição de políticas públicas, continuamos nosso trabalho de ajudar na consolidação dos direitos humanos como prática cotidiana, para que cesse o preconceito explícito ou velado que ainda impregna nossa sociedade e não permite o reconhecimento cidadão pleno de pessoas unicamente por conta de sua orientação sexual. Fóruns, paradas livres, encontros, seminários e outras ações de conscientização são importantes para dar visibilidade às ideias de todos os que lutam contra a discriminação. Estamos prontos agora, para dar um novo passo: o de integrar ainda mais a comunidade LGBT em Canoas, através de novas iniciativas, eventos e ações que deverão ser sugeridas pelos próprios interessados. Sempre há muito a se fazer e Canoas já é um exemplo para o Brasil. Vamos fazer isso se ampliar e expandir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário